Quinta-feira fui ao Museu do Futebol. Entrei, guardei meus volumes, o Pelé me cumprimentou em três idiomas - entende? entiendes? understand? -, joguei pebolim - porque totó pra mim é cachorro -, peguei meus volumes e saí. Acabou.
Do lado de fora, um angolano comentava com duas mulheres sobre os cartolas brasileiros que não permitiam atletas negros em seus clubes na década em que minha avó andava de bicicleta. Explicou por que o Fluminense é chamado de pó-de-arroz (se você não sabe, vai pesquisar. Tem computador pra quê?), onde ele tinha aprendido português tão bem e por que estava no Brasil.
As pessoas começaram a se aproximar, interessadas no que ele tinha a dizer. Uma multidão o cercou na Charles Miller. O angolano, então, subiu num caixote de tomate que estava ali, tirou um livro preto do bolso e começou a pregar.
As duas mulheres, que antes conversavam com ele, cochichavam e riam escandalosamente. Os demais tiravam fotos, enquanto o angolano sentia seu sangue circular cada vez mais rápido. Uma senhora de 150 cm chegou a pendurar um guarda-chuva no angolano - ele estava com a braguilha aberta.
domingo, 10 de maio de 2009
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"Se você não sabe, vai pesquisar. Tem computador pra quê?" - Muito boa, Carrasco. Isso sim é Jornalismo Irresponsável.
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