- O senhor está há mais de 12 horas em jejum?
- Sim.
- Manteve algum tipo de relação sexual nas últimas 24 horas?
- Não sei.
- Como não sabe?
- O que você entende por relação sexual?
- Relatione sexuale, do latim. Significa uma conexão carnal entre duas pessoas desesperadas em atingir o grau máximo de excitação de seus respectivos organismos e a consequente satisfação de seus desejos venéreos.
- Hummmmm.
- E aí? Manteve ou não?
- Não sei... (longo silêncio existencial). E se a tal da conexão carnal tiver acontecido entre duas partes de um mesmo organismo desesperado em aliviar sua turgidez aflitiva?
- Boa pergunta.
- Obrigado.
- Houve intensidade de uma relação sexual entre duas pessoas?
- Fiz o possível para que houvesse.
- Quais foram as partes do organismo envolvidas?
- A mão e o meu dito cujo. (olhadela para a braguilha)
- O senhor é homossexual?
- Por quê?
- A mão no dito cujo não vai atrapalhar os exames.
- Não... (entre risadas altas e amarelas). Foi uma punheta! O meu dito cujo é o meu pau mesmo, não o cujo, cujo, entendeu?
- Pênis.
- Hã?
- O termo correto é pênis.
- O pau é meu e eu chamo ele do que eu quiser!
- Pênis! O correto seria falar “O pênis é meu e eu o chamo como quiser”.
- O senhor é médico ou professor de português?
- Os dois. Me formei em Letras no ano passado.
- Então deveria saber que o correto seria falar “Formei-me em Letras no ano passado”.
- Não se estivermos falando coloquialmente.
- Claro que não estamos! Você não me deixa nem falar “PAU” no seu consultório.
- É verdade...
- Viu!
- Mas voltemos ao que viemos... A sua masturbação teve a intensidade de uma relação sexual?
- Já disse que fiz o possível!
- Como por exemplo...
- Vesti minha mão direita com uma sainha de papel crepom verde, imitando uma garota de programa. A da esquerda vesti que nem a minha mulher, com um lenço que era do meu avô e alguns bobs feitos com aqueles tubinhos de enrolar fio de costura, sabe?
- Sei.
- Então...
- A sua mulher ficou com ciúme?
- Ela não viu a cena.
- Refiro-me a sua mão esquerda.
- Que nada! Ela participou também. Foi uma espécie de mini ménage à trois.
- O senhor chegou ao orgasmo?
- Sim.
- Usando qual das mãos?
- A de sainha verde, claro!
- E a sua mulher?
- Não sabe de nada. Ainda não contei!
- To falando da sua mão, porra!
- O termo correto é esperma.
- Sua mão-esposa. O que ela fez?
- Limpou tudo com papel higiênico!
- Quantas vezes?
- Três. Mas na terceira quase não tinha o que limpar.
- Acho que teremos de castrá-lo quimicamente.
- Por quê?! (nesse momento, um cubo de vidro blindado vindo do teto isola o paciente do resto do consultório)
- Mantê-lo-emos aqui até que eu me reúna com a equipe de urologistas para conversarmos sobre o seu caso.
- SOCORRAM-ME!
- Até a próxima sessão.
segunda-feira, 9 de novembro de 2009
No urologista (parte 1)
Olha o que eu li no Irresportagem: No urologista (parte 1)Tuíte isso também!
Cometido por
Carrasco
às
19:57
Categorias:
iRReslevâncias
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A primeira novela masculina feita para homens. Aguarde os próximos episódios - que só serão postados mediante pedidos dos nossos leitores. Não vou ficar escrevendo coisa À toa.
ResponderExcluirPrimeiro comentário: Carrasco estrelinha!
ResponderExcluirSegundo comentário: Sugiro que o protagonista utilize não uma saia verde em sua mão para atingir seus êxitos "sexuais", mas um vestidinho rosa, a la Geisy da Uniban!
O máximo que eu posso é fazer uma charge pro texto. Mas nem vai ficar tão bonita de se ver.
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